Hoje, 15 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Cabelo Afro, uma data que carrega consigo mais do que apenas uma homenagem à nossa estética. É um dia de reafirmação, resistência e autoaceitação. Nossos cabelos, historicamente marginalizados, são um símbolo vivo da nossa ancestralidade, força e identidade.
A data, que é símbolo de resistência, empoderamento e identidade, foi criada pela ativista Michelle De Leon em contrapartida a uma lei aprovada no estado do Alabama, nos Estados Unidos, que tinha o propósito de possibilitar a recusa de contratação para a vaga de uma empresa caso a pessoa tivesse dreadlocks. Desde então, o Dia Mundial do Cabelo Afro tem se tornado um marco global de celebração da estética negra.
Essa luta por reconhecimento e valorização dos cabelos afros está intimamente conectada a vários movimentos que, a partir da estética, contribuíram para o empoderamento da comunidade negra, como o movimento Black Power . Nos anos 1960 e 70, o cabelo afro reforçou sua simbologia de resistência política e cultural, especialmente no combate à opressão estética sofrida pelas comunidades negras nos Estados Unidos. Deixar o cabelo crescer em sua forma natural era um ato de empoderamento, um grito de liberdade contra os padrões coloniais que exigiam a conformidade ao cabelo liso/europeu.
Ícones do movimento como Angela Davis , com seu imponente cabelo afro, passaram a inspirar gerações. O cabelo afro se tornou não apenas uma declaração de estilo, mas uma declaração política: "Black is beautiful" não era apenas uma afirmação de que a beleza negra existia, mas de que ela era digna de celebração, respeito e orgulho.
Essa mensagem atravessou fronteiras e chegou ao Brasil, onde o cabelo afro também foi – e ainda é – alvo de preconceito. Contudo, cada vez mais pessoas negras vêm abraçando seus cabelos naturais e se reconectando com suas raízes, principalmente a partir do acesso à nossa história. O cabelo é um portal para a nossa ancestralidade, um forte elemento de comunicação e expressão cultural e artística. Através dele, contamos histórias que nos foram transmitidas por gerações. A arte capilar é uma linguagem que nos conecta ao nosso passado, presente e futuro, Sankofa.
E é nesse contexto que surge o Dia Mundial do Cabelo Afro, uma data para celebrar nossa diversidade capilar e para lutar contra o racismo capilar, ainda tão presente nas sociedades ao redor do mundo. Este dia nos convida a refletir sobre o poder do cabelo afro como um símbolo de resistência, aceitação e autoamor. Mas é importante lembrar que essa celebração não deve se restringir a uma única data. Precisamos continuar construindo espaços de acolhimento e valorização da estética negra em nossa rotina diária.
É por isso que eu, Diva, a Orí e nossa parceira Jurema decidimos promover um estudo sobre a #EstéticaNegra , ouvindo as vozes de nossa comunidade preta, parda e afro-indígena. Queremos entender como nossas vivências, identidades e percepções moldam a forma como enxergamos a beleza negra.
O cabelo afro vai muito além de um símbolo de beleza; ele é um ato de resistência, um lembrete de quem somos e de onde viemos. Ele desafia padrões estéticos e questiona estruturas de poder. E, acima de tudo, é uma celebração da nossa existência e beleza.
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